quinta-feira, 5 de agosto de 2010

Embaixador Brasileiro Apóia Governos Locais


O embaixador chefe da Delegação Brasileira, na 2ª Rodada de Negociações da Bonn Climate Talks, Luiz Figueiredo, afirmou ontem considerar imprescindível a participação dos governos locais em qualquer novo protocolo internacional de combate às mudanças climáticas. Ele externou o apoio à causa defendida pela delegação das organizações Cidades e Governos Locais Unidos (CGLU) e do ICLEI (Governos Locais pela Sustentabilidade), representadas no encontro pelo secretário municipal de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Prefeitura de Manaus, Marcelo Dutra, e o prefeito da cidade de Nantes, na França, Roman Dantec. “Conversamos demoradamente com o embaixador e ele destacou que tanto o Brasil, quanto as outras nações já bateram o martelo de que as cidades estão no texto final do acordo”, informou Marcelo Dutra.


O embaixador destacou também o papel da cidade de Manaus tem sido fundamental no processo nas negociações mundiais de mudanças climáticas. “Manaus tem sido mais que parceiro, marcando presença nos debates, abrindo novas frentes de trabalho e ajudando nas negociações através de nossa organização mundial, a CGLU”, afirmou Figueiredo. Ele lembrou que alguns países ainda estão muito atrasados com suas metas, o que coloca mais uma vez em risco a Convenção das Partes, a COP-16, que vai ocorrer no México, em Cancun. Figueiredo informou que o caminho que os países membros sinalizam tomar é dividir a pauta da COP, a fim de que – mesmo sem a aprovação de um texto definitivo, que continue ou substitua o Protocolo de Quioto – seja criado um documento paralelo oficial instituindo de vez o REDD+ como instrumento reconhecido pela ONU de combate às mudanças climáticas. “O documento não só incluiria a Amazônia nos mecanismos internacionais, como também daria aos municípios pobres e isolados do bioma amazônico uma alternativa de conservação sustentável com qualidade de vida”, afirmou Marcelo Dutra.


Segundo ele, GGLU e ICLEI discutem agora novas estratégias a serem tomadas para não só garantir o espaço conquistado pelos Governos Locais, quanto pressionar os governos nacionais para fechar um acordo definitivo em dezembro. “Existem duas possíveis datas para um encontro do grupo de negociadores dos governos locais, no final de agosto ou na terceira quinzena do mês de setembro”, disse Marcelo.


A própria secretária-geral do UNFCCC, Cristina Figueiras, em reunião com as organizações não-governamentais ressaltou que as negociações continuam duras, mas em comparação com o mesmo período no ano passado, já houve avanços. Ações como as das cidades têm ajudado muito no trabalho difícil de encontrar um caminho comum a todos.

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