quinta-feira, 31 de maio de 2012 0 comentários

Cheia recorde limita o trânsito de coletivos em terminal do Centro de Manaus.

As águas do rio Negro chegaram até o terminal da Matriz, no Centro de Manaus, durante a cheia deste ano.

SMTU não descarta intervenção total do terminal da Matriz, atingido pela cheia do rio Negro. Os passageiros também podem entrar em contato com o SAC 118 para saber quais as rotas terão veículos impedidos de chegar a Praça da Matriz

Um total de 150 mil usuários do sistema de transporte coletivo de Manaus devem ser atingidos pelo  plano emergencial de limitação de 129 rotas de 99 veículos articulados e biarticulados que deixarão de circular no terminal da Matriz, em virtude do avanço das águas do rio Negro. 

Com a cheia, a  plataforma central da Praça da Matriz apresenta dificuldades de circulação dos coletivos, que correm perigo de tombar devido as águas. Por esse motivo, no plano emergencial anunciado pela Superintendência Municipal  de Transporte Urbano de Manaus (SMTU), na tarde desta quarta-feira (30), foram desviadas, além das rotas do executivos, os articulados.

“O nosso setor técnico de engenharia verificou que os ônibus articulados  e biarticulados também estavam sendo prejudicados devido a sua flexibilidade, tanto no funcionamento, quanto nas peças como ventoínhas  e descargas, ficando impedidos de adentrar no terminal da Matriz pelo avanço das águas”, disse o diretor.

A partir desta quinta-feira (31), esses veículos assumem  a antiga rota dos executivos.“Que seria Epaminôndas, Simão Bolívar(Praça da Saudade) e Rua Ferreira Pena. São veículos de grande porte, de nove  a 21 metros, que tem que ter um certo espaço para fazer suas manobras. E, o executivo passou para a Avenida 10 de Julho, na altura do Colégio Militar. Eles vão sair na Getúlio Vargas”, disse.

Mas, o diretor não descartou a intervenção total do terminal da Matriz. “Seria a instauração final desse plano. O terminal seria todo fechado e esses ônibus convencionais passariam a circular na Avenida 7 de Setembro, com a retirada das barreiras na Avenida Eduardo Ribeiro. Com o apoio da Manaustrans, seria invertido o sentido de parte da Avenida 7 de Setembro,para que eles tomem a Avenida Getúlio Vargas, Duque de Caxias e Visconde de Porto Alegre”, disse.

Mas, essa intervenção vai depender de estudos por parte do setor técnico da SMTU e de uma avaliação do avanço d´água. “Nós temos dois fatores práticos  que já decidiriam a intervenção do terminal. Um deles será no momento em que o usuário tiver que colocar seu pé na água ára subir nos coletivos, não haverá mais condições de funcionamento do terminal.E, o segundo fator seria a estrutura da malha viária, que será analisada por outros órgãos. O plano emergencial de desvio das rotas está avançando gradualmente”, disse.

Estarão circulando até o centro somente os ônibus convencionais. “Isso, por enquanto, porque estamos esperando a análise do comportamento do rio. Tudo indica que ele parou de subir, mas precisamos aguardar. 

Informações
A diretoria de transporte urbano da SMTU avisa que fiscais do órgão estarão nas ruas para prestar as informações necessárias aos usuários de transporte coletivo. Os passageiros também podem entrar em contato com o SAC 118 para saber quais as rotas terão veículos impedidos de chegar a Praça da Matriz.

Fonte: Acrtica
quarta-feira, 16 de maio de 2012 0 comentários

Enchente do Rio Negro bate recorde em 2012


O rio Negro, em Manaus (AM), atingiu na manhã desta quarta-feira a marca de 29,78m, batendo o recorde da cheia história de 2009, quando foi registrado 29,77m.

É a maior cheia em 110 anos, desde quando começou a ser feita a medição no porto de Manaus, em 1902.

Na capital amazonense, a enchente do rio Negro atinge 16 bairros, com inundações em casas e comércios. A situação, segundo o Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), é reflexo das fortes chuvas que ocorrem na região metropolitana de Manaus e, no extremo norte do Estado.

No centro de Manaus, as inundações causadas pela cheia do rio Negro atingem pontos turísticos, como o Relógio Municipal, o prédio da Alfândega, a Feira Manaus Moderna e a praia da Ponta Negra.

Parte das avenidas Eduardo Ribeiro e Sete de Setembro foram interditadas pela prefeitura. A cota registrada nesta quarta feira é de 29,78 metros, segundo informou o engenheiro civil que faz a medição, Valderino Ferreira. De acordo com Valderino, este recorde era esperado ser “batido” nesta quarta-feira (16), quando seria feita uma nova medição pela manhã. Ao ser questionado sobre qual o nível que o rio Negro pode vir a atingir pelo fato de continuar enchendo, Valderino foi enfático.


“Não tenho como fazer uma estimativa e dizer quanto ele pode atingir. Assim como o nível pode continuar subindo até o mês de junho, ele também pode parar de subir até o final do mês. Não tem como dar uma certeza”, ressaltou.

Várias ruas do Centro de Manaus foram por conta da subida das águas do rio Negro. Sacos de areia e pontes de madeira ajudam no acesso de pessoas as lojas e também a feira da Manaus Moderna.
Na manhã da segunda-feira passada (14), o trecho da avenida Eduardo Ribeiro, próximo ao Relógio Municipal, foi interditado pelo Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização de Trânsito (Manaustrans).


Há 49 municípios em estado de emergência e 76 mil famílias afetadas, dessas 10 mil famílias são da capital, onde onze bairros, incluindo o centro de Manaus, já estão em estado de alerta. De acordo com a Defesa Civil do Município, 16.325 moradores tiveram suas casas atingidas pela cheia.

Cal

Uma ação emergencial realizada na manhã de segunda-feira passada, foi o lançamento de óxido de cálcio (Cal), na rua dos Barés, para conter o mau cheiro que exala no local, por conta do bueiros entupidos.

A ação foi realizada pelo Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec).

O lançamento do produto químico no local se deu pelo fato da impossibilidade de instalar bombas de propulsão para retirar a água parada.


A previsão anunciada pela Superintendência Regional do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), é que a cota máxima de 2012 seja de 30,13 cm, 39 centímetros a mais que a registrada em 2009 que foi de 29,77. O maior nível do Rio Negro é registrado entre os meses de maio e julho, sendo que 77% das cheias máximas são registradas em junho, de acordo com a CPRM

segunda-feira, 14 de maio de 2012 0 comentários

Rio Negro invade as ruas do centro de Manaus

Praça do Relógio, 14 de Maio de 2012
Nesta segunda, o nível do Rio Negro está 29,72 centímentros, faltando apenas 5 centímetros para alcançar a maior cheia já registrada em Manaus, em 2009. Um trecho da rua Marquês de Santa Cruz, no centro da cidade, foi interditado desde as 11h dessa segunda-feira (14). De acordo com Instituto Municipal de Engenharia e Fiscalização do Trânsito de Manaus (Manaustrans), o tráfego dos ônibus que passam pela estação central (em frente ao Porto Privatizado de Manaus), não será afetado.

O diretor de Operações do ManausTrans, major Cleitman Coelho, informou que a operação foi decidida nesta manhã, por conta da água que já alagou a avenida Eduardo Ribeiro (ao lado do Relógio Municipal), e parte da Marquês de Santa Cruz (em frente à Alfândega). "Parte da Eduardo Ribeiro, onde está alagado também sofrerá intervenção. Estamos monitorando e estudando meios de desvios", explicou Cleitman. As águas do Rio Negro, que já invadiram todo o prédio da Alfândega e o estacionamento do prédio do Ministério da Fazenda, na avenida Eduardo Ribeiro.

Comerciantes da Eduardo Ribeiro reclamam que a água já está invadindo o comércio e que eles não haviam recebido ajuda para tentar conter o alagamento. 

Cheia do Rio Negro

O nível do Rio Negro atingiu hoje a cota de29,72 centímetros nesta segunda-feira (14). Agora, faltam5 centímetros para o nível do Rio Negro superar a cheia de 2009, que chegou a 29,77.

De acordo com o engenheiro hidrólogo do Serviço Geológico do Brasil (CPRM), Daniel de Oliveira, no sábado (12) o rio subiu 2cm, no domingo foram 3cm, já nesta segunda, mais3 centímetros.

"Acredito que em dois o recorde será superado. A subida do rio deu uma diminuída, sendo de 2 à3 centímetros por dia. A leitura de hoje já foi feita, agora vamos esperar até amanhã para saber se a cota foi atingida", disse Daniel.

A previsão anunciada pelo CPRM é que a cota máxima de 2012 seja de30,13 cm, 39 centímetros a mais que a registrada em 2009. Até o dia 31 de maio, será divulgado o último alerta sobre as cheias na região, que já afetou 38 municípios do estado, incluindo Manaus.

Fonte:  D24AM
terça-feira, 8 de maio de 2012 0 comentários

Tempos de águas

Os previsões, já se concretizando, apontam que neste ano teremos a maior enchente da série histórica desde 1902, com consequências sempre danosas em especial para as populações das zonas rural e das periferias urbanas.
A Amazônia, na época da enchente, é literalmente um mundão de água onde a correnteza leva cercas, plantas, criações e traz os sedimentos que fertilizam a terra num movimento incessante de destruição, construção e reconstrução. São seis meses morando sobre as águas, em alguns casos, sob as águas, em casas penduradas no nada, com as criações nas marombas, peixes e cobras passando ao redor. Os portos desaparecem e a casa é também o ancoradouro. Aulas são suspensas, as festas escasseiam, os santos se enfastiam e são retirados dos altares, visto que nesses tempos de águas grandes a proteção é mútua, nós os protegemos e eles nos protegem. De julho a agosto um pouco de sol e de céu descoberto para que a água recue e a terra principie dando seus primeiros sinais para que a vida recomece. O cheiro de terra molhada dá nova cor ao ambiente, o mato rebrota, as sementes são lançadas e as plantas nascem, os pássaros voltam a cantar, os peixes se alvoroçam em piracema. Tudo se reconstitui, ressurge a esperança e a dignidade do homem nas várzeas do Amazonas.
Pisa-se na terra firme e apesar da vida dura dos últimos seis meses, que voltará por mais seis e voltará por alguns outros mais, não há conformismo, mas o entendimento de que é um processo gerado pela natureza pelo qual se dá a dinâmica das várzeas amazônicas fazendo com que elas sejam o que são. Nada além da capacidade de compreendê-la e criar condições para superá-la. Os povos amazônicos anteriores à colonização já habitavam a várzea e desenvolveram técnicas que lhes possibilitavam seis meses de trabalho nas várzeas, onde produziam e acumulavam os viveres e outros seis meses de festas na terra firme.
Como tudo tem um porém, o rio não é o mesmo, a Amazônia não é a mesma e as enchentes não são as mesmas, agora parecem cicatrizes de uma ferida tão perto. Em primeiro lugar pela não inserção de técnicas que respeitando o modo de vida das populações ribeirinhas possibilitasse o aproveitamento das várzeas dando qualidade de vida aos seus moradores sem a necessidade de eles deixarem de ser o que são. Homens e mulheres de ombros encurvados sob a chuva monótona e o sol escaldante continuam a produzir e a viver como antes.
Em segundo lugar porque parece que Deus se enfadou e as enchentes se tornaram mais frequentes. Na série histórica das cheias acima de 29,00 metros a primeira registrada foi em 1909, com 29,30 metros e de lá para cá, entre as dez maiores, seis ocorreram nos últimos quarenta anos. O conhecimento científico existente sobre o ciclo das enchentes possibilita antever e antecipar as ações de Estado.
A previsibilidade das enchentes decorre do regime dos rios da Bacia Amazônica que está, antes de tudo, condicionado ao regime de chuvas. Cortada pelo equador em sua porção norte, a Bacia Amazônica sofre a influência do regime fluvial dos Hemisférios norte e sul. A maior quantidade de chuva e especialmente a coincidência nos dois hemisférios, resulta em maior volume de água e, em decorrência, grandes enchentes. O maior volume de chuva resulta da circulação geral atmosférica dentro da zona intertropical sul-americana.
Portanto, a enchente é um fenômeno natural, suas consequências, nem tanto. Parodiando parte de um poema do poeta Thiago de Mello, somos filhos da floresta e da água, o que explica esse nosso jeito de amar as coisas e de carregar nos ombros grandes fardos, mas também e principalmente esperança.


Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...
 
;