quinta-feira, 20 de maio de 2010

Embarcações

No Amazonas, as embarcações correspondem a 80% do transporte de pessoas e bens materiais. A utilização é inevitável já que as estradas por aqui são os rios.
No Porto de Manaus são vários os tipos de embarcações disponíveis para viagens. Barcos, canoas, lanchas a jato. As passagens mais vendidas e mais acessíveis são as dos barcos, que comportam de 200 a 1000 pessoas. Todos os passageiros têm direito a lugar para dormir, que pode ser uma rede, um camarote ou uma suíte. Esses dois últimos tem preço diferenciado por serem mais confortáveis – apesar de haver quem prefira a rede por ficar mais fácil “tomar uma providência” caso haja algum problema.
Ao caminhar pelo passeio que fica na margem do Porto, são muitas as agências de viagem e os vendedores ambulantes que tem suas próprias lanchas ou vendem passagens de terceiros. É uma abordagem insistente devido à concorrência. Conversei com o vendedor de passagens da agência JSC, Anderson.
Custa caro e leva muito tempo viajar pelo rio: Belém (PA) = 4 dias R$150,00 em baixa temporada e R$260,00 em alta (preço só de ida)// Tabatinga (AM), fronteira com Colômbia e Peru = 6 a 7 dias R$300,00 // Parintins (AM) = 15 horas R$70,00 ida e R$250,00 ida e volta em véspera do Festival. A referência é saída de Manaus.
Segundo Anderson, as pessoas que tem medo de avião viajam de barco e as que tem medo de barco viajam de avião quando tem condições. Por ter o preço mais acessível que o avião, o barco é o meio de transporte mais usado. A principal reclamação dos passageiros é mesmo sobre o tratamento recebido pela tripulação, que nem sempre é dos melhores.
A conservação das embarcações acontece através de manutenções periódicas, que são sempre muito demoradas e caras. E a fiscalização dessas manutenções aumentou nos últimos anos, mas aumentou principalmente sobre a lotação.
Um pouco contrariado com o assunto, Anderson disse que a prefeitura tem projeto de reformulação do espaço do Porto para a época da Copa, mas é um espaço muito pequeno que não comporta com satisfação as embarcações. “Quando chega um navio com turistas, a prioridade é do navio e todas as embarcações devem sair desse espaço. Já não há espaço dessa forma, imagina se todos forem obrigados a mudar para lá?” – conta Anderson.
Nas longas viagens de barco, todo o lixo produzido é armazenado em sacos plásticos. O esgoto é jogado diretamente no rio e isso não gera problema, segundo Anderson. Se gera ou não problema, só mesmo um ambientalista para nos contar. Será que essa é uma prática totalmente sustentável? Alguém responde?

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